sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ah o problema da linguagem!

Um dia desses fiquei muito irritada quando alguem disse que eu falava mais do que errado, e que em certas ocasiões era mais que impossÍvel entender o que eu queria dizer.  Ora bolas, como assim não entendem o que eu falo?! Oxi, só porque meu sotaque é diferente e meu povo inventa altas palavras que o aurélio ainda não patenteou? Tudo bem, não irei ficar nervosa, acontece que decidi que algumas palavras deveriam virar verbo, mais do que merecido, elas são tão usadas que substituem verbo, substantivo e adjetivo, em uma única frase. 
Observem o verbo "coisar", quem nunca falou o "coisar" uma vez na vida? É que vocês não estão lembrados, mas existem várias derivações desse verbo, como coisinha, coisa, ou o melhor e o meu preferido, o próprio verbo. 

Eu coiso
Ele coisa
Nós coisamos 
Vós coiseis
Eles coisam
E porque não utilizar tudo em uma única frase? observem que quem é adepto do coisar sabe do que estou falando. 
- Oh coisinha, me passa esse troço pra mim coisar de uma vez!
Traduzindo: 
- Oh garota, me passa a faca pra mim cortar de uma vez! 

Vejam que no meio da primeira frase aparece uma nova palavra, a palavra troço. Ao contrário de coisa, troço é utilizado para momentos de emoção, xingamentos ou quando o objeto não possui tanto valor. 
Lembro que quando vim para Curitiba, com um vocabulário super lindo, a galera estranhou, e o que geralmente fazem com alguém que é diferente? (taca um coisa nele) praticam bulling uai. É eu fui uma vítima, e até hoje me irrito quando a ignorância se mostra. No caso, vim de Brasília e não sei porque, mas Curitibano tem mania de achar que todo mundo com o sotaque diferente veio do nordeste. Lembro que naquela época eu me irritei tanto, que levei um mapa do Brasil pra sala de aula e expliquei que Brasília passa bem longe do Nordeste. E quem nasce em Brasília é brasiliense ou candango, nunca pernambucano ou cearense.  Olha que funcionou, se essa cena tivesse acontecido nos dias atuais, eu iria me tornar uma psicopata e odiaria o povo de Curitiba, e posso dizer hoje que adoro e amo a cidade. 
Se você acha que é só os outros que tem seus vícios de linguagem, se enganou meu bem, a coisa mais feia que já vi, foi o verbo "ponhar" inventado pelos Curitibanos e seus descendentes. Porém, não posso dizer que não seja prático o seu uso, com o ponhar você coloca, tira, separa alguma quantia, tudo isso com a simples palavra ponhar. Você pode até ponhar uma coisa, e quem é um mestiço de sotaques sabe do que me refiro. 
Agora falando sério, é importante respeitar as diferenças de linguagem, principalmente quando o indivíduo não é do estado onde você mora, ou se ele é uma mistureba só, que ninguém consegue indentificar de onde ele veio, neste caso não vale jogá-lo para o nordeste que a coisa pode ficar feia. Pense bem, ninguem quer ter uma aula de geografia básica  em plena faculdade.

Um comentário:

  1. Máaaazinha! Qnto tempo!! :D

    Bah, esse teu post ficou demais
    A gtn estranha bastante a diferenças dos sotaques mesmo, eu sou gaucho e tenho uma prima carioca, qndo eu vejo ela estranho bastante..apesar d ja ter me acostumado.

    Ri demais dessa tua historia com o mapa do Brasil, tu deu aula d geografia pra turma :P

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