quarta-feira, 27 de abril de 2011

Coelhinho branquinho

Não é querendo criticar, mas é estranho o fato de coelho e ovo estarem juntos na comemoração da páscoa. E foi a partir da explicação do porque de tudo isso, que a aula monótona de esterilização com direito a filme, se fez valer.

Segundo uma amiga, o ovo significa a iniciação, o nascimento, vidas novas e afins. Até ai tudo bem, não coloco nenhuma objeção. Ai ela resolveu me explicar o porquê do coelho, que dizendo ela, tem o significado da reprodução. Ora bolas, o que tem haver com a páscoa?! Comecei então a expor meus argumentos contra o pobre coelho e com a ajuda da minha caneta, comecei a escrever e desenhar tudo o que eu falava, ai vale a criatividade.

- Coelho é um bicho excomungado! Já tive um, comeu a plantação de rosas da vovozinha, desmanchou toda a horta dela e depois disso nunca mais tive noticias do branquinho (era assim que eu o chamava). Depois do trauma sofrido, passei a enxergar coelhos como animais folgados que só comem, fazem coco e fornicam. Certa vez, uma colega me contou que ganhou um coelho de presente, ai ele se sentia muito sozinho e trouxeram um parzinho para ele. Resultado, um ano depois tinha tanto coelho, que a solução era comer eles, inventaram coelho assado, frito e cozido com mandioca.

Não seria mais fácil arranjar outro animal para simbolizar a páscoa?

Bem, a conversa morreu ai! A professora apagou as luzes e o filme começou. De inicio se explicava como era feito a inoculação in vivo de uma bactéria que causa doenças, e todo mundo achando muito lindo, até que me aparece a cena dos coelhos mexendo os narizes todos juntos, algo bem ritmado, presos um do lado do outro, prontos para a experiência. Após injetar o inóculo no bichinho, era esperado um tempo e era ai sim avaliado como estava o andamento da pesquisa. Nesse ponto do vídeo já estávamos rindo, a imagem do coelho mexendo os narizes dava um belo contraste com os desenhos feitos no caderno, mas o pior estava por vir, iriam realizar a coleta da temperatura do branquinho e adivinhem por onde que é colocado o termômetro? Garanto que não é pela boca! Confesso que meus olhos ficaram esbugalhados e a grise de riso foi instantânea. É bem isso que você está pensando, no vídeo mostrava passo a passo, o técnico colocando o termômetro no orifício traseiro do coitado, cerca de seis cm, quase um estupro! O grande detalhe é que além de ter que ficar com o troço dentro deles durante um tempo, o carinha da câmera ainda focaliza bem na face dos felizardos, e eles continuam na mesma tranquilidade do mexer dos narizes. Tudo isso foi de mais pra mim, a professora acendeu as luzes e parou o vídeo toda sem graça, dizendo que se esqueceu de avisar que teriam cenas fortes no vídeo. E eu tive que ir tomar um ar, pra ver se o momento coelhinho da páscoa com termômetro passava, mas não passou. Dormindo tive um pesadelo de que eu era a técnica que colocava o aparelho no coelho, mas não era um coelho normal, era meu branquinho, o comedor de rosas da vovozinha, e no sonho ele falava comigo, dizia que sempre soube da minha tara por coisas brancas e peludas.

Ai que nojo, acordei tão suada que pensei que depois de 8 anos havia feito xixi na cama. Pesadelo é o cão!

Depois de tudo isso, cheguei a duas conclusões. A primeira é que não quero trabalhar com coelhos, e sim hamsters. E a segunda que apartir da próxima páscoa não será coelhinho da páscoa e sim galinha da páscoa, até porque conseguiríamos colocar uma lógica para o ovo.

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