segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mãe por acaso

Mãe por acaso, é estranho isso acontecer, mas aconteceu, duas vezes ainda!

Antes que pensem que estou grávida de gêmeos, digo que não carrego nada dentro de mim além de lombrigas, vermes e bactérias variadas.

Há quase 14 anos atrás fui mãe pela primeira vez e eu nem sabia. Em vez de pedir um brinquedinho normal como toda criança de 5 anos faz, tive a brilhante ideia de pedir uma bonequinha, mas daquelas que falam, que andam, choram, fazem coco na frauda e o mais importante, que tivesse a moral de crescer junto comigo. Na época não existia o bebê da estrela e minha mãe me deu um bebê de verdade. Tudo o que eu queria! Meu bebê nasceu no dia 24 de Abril e era um bebê feinho que até pensei que tivesse vindo estragado, mas com o tempo tudo se resolve né. Meu bebê da estrela cresceu, amadureceu mais rápido que o normal e logo nos tornamos melhores amigas, aquela de estou contigo pra tudo! Tudo bem que os papéis se inverteram, a guria é gigante, linda de morrer e inteligente que só ela. Porém no meio de todo esse tempo, veio outro bebê (sou sortuda com bebês), no princípio era pra nascer um menino, mas segundo a profecia “Daquele buraco só sai mulher” veio uma menina com nome de santa, que de santa não tinha nada. Há quase 8 anos atrás, apareceu no mundo no final do dia 24 de Abril, um bebezinho inofensivo, meu anjinho das asinhas quebradas. Essa nem se tornou manhosa, bajulada pelas irmãs mais velhas sempre fez o que bem entendeu e até hoje faz. Altas obras de arte que me tiraram do sério e desde de pequenininha é hipocondríaca, arranjava uma dor no pé, na barriga, na cabeça, nos olhos, no dente e na unha, haja dor viu! Tudo sempre se resolveu com um remédio milagroso chamado pizza. Até dizia que a menina tinha uma vocação para o teatro como o resto da família. Porém a rabugenta aqui ignorava tudo quando a safada virava e dizia “Mamá, eu te amo” (irmã besta babando).
É colegas, a vida passa rápido, não espera você e ainda te passa uma rasteira.
O tempo se passou e tudo corria normalmente (relaxa que nessa minha história ninguém morre), e o sentimento de vazio resolveu aparecer. A distancia se colocou entre nós e já não sabia o que fazer, até porque é difícil lutar contra um inimigo que sempre viveu dentro de casa e que possui teoricamente mais influencia que você. Ainda lembro dos momentos em que eu ficava doida pra bater nos pirralhos da escola porque bateram na de 13 anos, ou quando ensinei a pequenininha a morder o nariz do colega na creche. Recordo das mãozinhas das duas ainda pequenas colocadas sobre as minhas e sinto falta de brigar, de mandar tomar banho e de pentear os cabelos estilo dinossauro.

Ah como é terrível ser mãe por acaso! Esqueceram de me avisar que um dia a mãe verdadeira assume seu lugar e a por acaso fica chupando dedo. Mas tudo bem né, a vida dá uma rasteira e agente devolve uma vuadora. É só questão de tempo, e paciência é uma virtude. Um dia vou ter meus bebês da estrela do meu lado, rindo, se divertindo e ver que tudo isso é uma fase ruim, e fases ruins tem uma enorme tendência de persistir.
E eu fico na espreita, esperando tudo isso acabar e essa fase passar, é só ter jogo de cintura e se preparar para o próximo round.

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