segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As coisas como são

Queria que o mundo fosse perfeito. Que as pessoas se respeitassem e umas gostassem das outras. Sei que nem tudo é perfeito, e que não existem contos de fadas. Sei que o iludido sempre irá existir e tenho a sorte de estar sempre neste grupo. É engraçado como todos nós estamos sempre em busca do melhor, do que achamos que seria o normal e por incrível que pareça, não quero ser normal, não quero ser mais uma e tenho pavor de ser classificada como tal.
A maior desgraça da humanidade é o poder do não esquecimento. Em vez de esquecer tudo o que já aconteceu, só acumulamos e deixamos a vida nos levar. E se essa não for a solução para os problemas?
Eu queria viver em uma história, onde tudo era perfeito. Onde o Era uma vez era o início, no meio o lobo mal vinha e comia a vovozinha e no fim aparecia um príncipe encantado e lhe pedia em casamento e dizia aquela frase "Fica comigo para sempre". A verdade é que o Era uma vez sempre acontece no meio, o príncipe vira seu maior inimigo e você acaba cansando com o lobo mal, porque foi o único traste que lhe apareceu a tempo de não ficar para titia.
Não quero uma história assim, sei que tudo está premeditado e que todo movimento que eu faço para mudar o meu futuro é em vão. Vivo em uma linha já traçada, onde cada passo errado que irei dar, faz parte dos planos. Os erros que hoje eu cometo, irá refletir lá na frente, mas sei que os erros que não irei cometer, irão refletir muito mais. Não quero o certinho, nem o imposto pela sociedade. Não vou ser uma anarquista e nem levantar bandeiras alheias. Não faço parte de nenhum movimento sem terra e nem de movimentos gays. A falta de paciência me impede de fazer coisas melhores para o mundo e meu egoísmo é tão grande que me nego a ir contra meus princípios internos.
Um dia ainda escreverei uma história da menina que foi contra tudo para tentar ser feliz, e que quando chegou no meio do caminho quis voltar atrás mas seguiu em frente porque a sua linha do destino já estava traçada. Ela nunca quis ir contra a natureza humana e se desfez de toda a fantasia que antes a cobria e decidiu tentar viver a realidade, aceitar as coisas como realmente são. A realidade nem sempre é dolorosa, o lance é não fechar os olhos e não sonhar acordada. Nesse mundo em que vivemos, quem ficar inerte por muito tempo é deixado para trás. Ou como dizem alguns colegas "piscou, perdeu"!

Decidi colocar palinhos nos meus olhos para não piscar durante o teatro de fantoches. Não quero perder nada, para que no fim do dia eu possa deitar na minha cama com a mente vazia e ter bons sonhos.

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